quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ainda contando calorias? O seu plano para perda de peso pode estar ultrapassado

Olá caros leitores. Estava lendo algumas matérias na internet e achei essa matéria publicada no New York Times bem interessante. Coloquei a matéria traduzida aqui pra vocês. Que fique claro que essa matéria não foi escrita por mim e não expressei de forma alguma minha opinião sobre o assunto, coloquei apenas a matéria traduzida. Espero que gostem!!!

Por JANE E. BRODY, New York Times

"Não é nenhum segredo que os americanos são mais gordos hoje em dia do que antes, não só aquelas desafortunadas pessoas que são geneticamente predispostas a ganhar peso ou as que estiveram em sobrepeso por toda sua vida. Muitas pessoas que eram magras no início da fase adulta ganharam uns quilinhos nada saudáveis na medida em que foram envelhecendo.

Também não é nenhum segredo que a conhecida recomendação para comer menos e se exercitar mais tem apresentado pouco efeito na restrição do aumento inexorável de peso. Ninguém gosta de se sentir privado de comida ou de sair da mesa com fome e a noção de que o indivíduo em geral deve comer menos para controlar o seu peso corporal realmente não funcionada para o típico americano.

Dessa forma, descobertas recentes sobre que alimentos específicos as pessoas devem comer com menos frequência – e principalmente, com mais frequência – para evitar o ganho de peso na medida em que envelhecem, devem ser de grande interesse para milhares de americanos.

A nova pesquisa realizada por cinco especialistas em saúde pública e nutrição da Universidade de Harvard é, até o momento, a análise de longo prazo mais detalhada dos fatores que influenciam o ganho de peso, envolvendo 120.877 homens e mulheres instruídos que eram saudáveis e não obesos no início do estudo. Além da dieta, essa pesquisa apresenta declarações importantes sobre o exercício, o sono, o ato de assistir televisão, o fumo e o consumo de álcool.

Os participantes do estudo – enfermeiras, médicos, dentistas e veterinários no Estudo de Saúde de Enfermeiros, no Estudo de Saúde de Enfermeiros II e no Estudo de Acompanhamento de Profissionais de Saúde – foram acompanhados por 12 a 20 anos. A cada dois anos, eles preenchiam questionários muito detalhados sobre seus hábitos alimentares e outros hábitos e sobre o seu peso atual. Os resultados fascinantes foram publicados em junho no The New England Journal of Medicine.

A análise avaliou como um grupo de fatores influenciou o ganho ou a perda de peso a cada período de quatro anos do estudo. Os participantes em média ganharam cerca de 1,5 kg a cada quatro anos, com um ganho total de peso de aproximadamente 7,6 kg em 20 anos.

“Esse estudo mostra que o senso comum — comer de tudo com moderação, comer menos calorias e evitar alimentos gordurosos — não é a melhor abordagem”, disse em entrevista o Dr. Dariush Mozaffarian, cardiologista e epidemiologista da Harvard School of Public Health [Faculdade de Saúde Pública de Harvard] e principal autor do estudo. “O que se come faz uma grande diferença. Apenas contar calorias não terá muito efeito, a menos que o indivíduo atente-se aos tipos de calorias ingeridas”.

Dr. Frank B. Hu, especialista em nutrição da Harvard School of Public Health e coautor da nova análise, disse: “No passado, muita ênfase foi dada a fatores individuais na dieta. Mas a busca por uma “solução mágica” não resolveu o problema de obesidade”.

O Dr. Mozaffarian alega ainda que é falsa a declaração da indústria alimentícia de que não existe alimento ruim para a saúde.

“Existem alimentos bons e ruins e deve-se orientar a população a ingerir mais alimentos bons e menos alimentos ruins”, disse ele. “A noção de que se deve comer de tudo com moderação é apenas uma desculpa para comer tudo aquilo que se tem vontade”.

O estudo mostrou que a atividade física apresentou os benefícios esperados para o controle de peso. Os indivíduos que se exercitaram menos durante o estudo, tenderam a ganhar peso, ao passo que os indivíduos que aumentaram suas atividades físicas não. Os indivíduos com maior aumento da atividade física ganharam aproximadamente 0,8 kg a menos do que o restante dos participantes nos períodos de quatro anos.

Mas os pesquisadores descobriram que os tipos de alimentos que as pessoas comiam apresentaram um efeito maior nos indivíduos do que as mudanças na atividade física.

“Tanto a atividade física quanto a dieta são importantes para o controle do peso, mas se você é razoavelmente ativo e ignora a dieta, pode ainda ganhar peso”, disse o Dr. Walter Willett, presidente do departamento de nutrição da Harvard School of Public Health e coautor do estudo.
Como o Dr. Mozaffarian observou “a atividade física nos Estados Unidos é pobre, mas a dieta é ainda pior”.
Pequenas coisas significam muito. As pessoas não ficam com sobrepeso da noite para o dia. Pelo contrário, os quilinhos são conquistados lentamente, em geral de maneira imperceptível, até que um dia nada no seu guarda roupa cabe em você como cabia antes.

Ainda mais importante do que o seu efeito na aparência e no guarda roupa é que esse ganho de peso gradual prejudica a saúde. Pelo menos seis estudos anteriores descobriram que o aumento de peso aumenta também o risco em mulheres de doenças cardíacas, diabetes, derrames e câncer de mama e o risco em homens de doença cardíaca, diabetes e câncer de cólon.

A beleza do novo estudo está na sua capacidade de mostrar, com base na experiência real, como pequenas mudanças na alimentação, nos exercícios e em outros hábitos podem resultar em grandes mudanças no peso corporal ao longo dos anos.

Em média, os participantes do estudo ganharam aproximadamente 0,5 kg ao ano, com um ganho de até 10 kg em 20 anos. Alguns ganharam muito mais, cerca de 2 quilos ao ano, enquanto poucos conseguiram permanecer com o mesmo peso ou até mesmo perder peso.

Os participantes que apresentaram sobrepeso no início do estudo, tenderam a ganhar mais peso, o que aumentou seriamente o risco de apresentar doenças relacionadas à obesidade, disse o Dr. Hu. “As pessoas que já estão com sobrepeso devem tomar mais cuidado com o que elas comem”, disse ele.

Os alimentos que contribuíram para o maior ganho de peso não surpreenderam. Batatas fritas lideraram a lista. O aumento do consumo desse alimento, apenas, foi relacionado a um ganho de peso médio de 1,7 kg em cada período de quatro anos. Outros contribuintes importantes foram os salgadinhos (aproximadamente 0,85 kg), as bebidas ricas em açúcar (aproximadamente 0,5 kg), as carnes vermelhas e processadas (aproximadamente 0.48 e 0.46 kg, respectivamente), outras formas de batatas (aproximadamente 0,28 kg), doces e sobremesas (aproximadamente 0,20 kg), grãos refinados (aproximadamente 0,19 kg), outros alimentos fritos (aproximadamente 0,16 kg), suco de fruta 100% natural (aproximadamente 0,155 kg) e manteiga (aproximadamente 0,15 kg).

Outro fato que também não foi muito surpreendente é que a maioria dos alimentos que causaram perda de peso ou nenhum ganho de peso quando consumidas em maiores quantidades durante o estudo foram: frutas, vegetais e grãos inteiros. Comparado aos indivíduos que ganharam mais peso, os participantes do Estudo de Saúde de Enfermeiros que perderam peso consumiram 3,1 porções a mais de vegetais todos os dias.

Mas ao contrário do que muitos acreditam, um aumento da ingestão de produtos lácteos, seja com baixo teor de gordura (leite) ou com alto teor de gordura (leite e queijo), apresentaram um efeito neutro no peso.
E, apesar da orientação convencional para se ingerir menos gordura, a perda de peso foi maior entre os indivíduos que comeram mais iogurte e nozes, incluindo creme de amendoim, em cada período de quatro anos.

As nozes apresentam alto teor de gordura vegetal e pequenos estudos anteriores mostraram que comer manteiga de amendoim pode ajudar as pessoas a perder peso e mantê-lo, provavelmente porque ela retarda o retorno do apetite.

A descoberta mais surpreendente do estudo foi a de que o iogurte, dentre todos os alimentos, foi o mais fortemente relacionado à perda de peso, disseram os pesquisadores. Os participantes que ingeriram mais iogurte perderam uma média de aproximadamente 0,41 kg a cada quatro anos.

O iogurte contém bactérias saudáveis que em estudos em animais mostraram aumentar a produção dos hormônios intestinais que aumentam a saciedade e reduzem o apetite, disse o Dr. Hu. As bactérias também podem aumentar a taxa metabólica, tornando o controle de peso mais fácil.

Mas, segundo novos achados do estudo, o metabolismo é atingido pelos carboidratos refinados – açúcares e amidos desprovidos de sua fibra, como a farinha branca. Quando o Dr. David Ludwig do Children’s Hospital Boston comparou os efeitos dos carboidratos refinados com os dos grãos inteiros tanto em animais quanto em humanos, ele descobriu que o metabolismo, que determina quantas calorias são usadas em repouso, sofreu uma redução com o consumo dos grãos refinados, mas permaneceu o mesmo após o consumo de grãos inteiros.

Outras influências
Conforme sugerido por pequenos estudos anteriores, o tempo que os indivíduos dormiam durante a noite influenciou suas mudanças de peso. Em geral, pessoas que dormiam menos do que seis horas ou mais de oito horas por noite tendiam a ganhar mais peso. Dentre as possíveis explicações estão os efeitos das curtas noites de sono nos hormônios da saciedade, bem como a oportunidade de comer mais enquanto acordado, disse o Dr. Hu.
Ele não se surpreendeu com a descoberta de que quanto mais televisão os indivíduos assistiam, mais peso eles ganhavam, principalmente pelo fato de eles serem influenciados por uma enxurrada de anúncios de alimentos e pelos petiscos comidos em frente da TV.
A ingestão de álcool apresentou uma relação interessante com as mudanças de peso. Nenhum efeito significativo foi observado entre os indivíduos que aumentaram seu consumo para um copo de vinho por dia, mas aumentos em outras formas de álcool foram mais propensos a proporcionar alguns quilinhos.

Como era de se esperar, as mudanças nos hábitos tabagistas também influenciaram as mudanças de peso. Comparado a indivíduos que nunca fumaram, aqueles que pararam de fumar nos últimos quatro anos ganharam uma média de aproximadamente 2,585 kg. O subsequente ganho de peso foi mínimo: aproximadamente 0,7 kg para cada período de quatro anos.

Os indivíduos que continuaram a fumar perderam aproximadamente 0,35 kg em cada período de quatro anos, o que os pesquisadores acreditam ter sido resultado de doenças subjacentes não diagnosticadas, principalmente porque os indivíduos que começaram a fumar não apresentaram nenhuma alteração no peso".



MATÉRIA DISPONÍVEL NO SITE: http://www.nytimes.com/2011/07/19/health/19brody.html?_r=1&pagewanted=2&ref=health&src=me

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